quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Artigo

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A QUALIFAR A DOCÊNCIA NO BRASIL

                                                                                                 Ana Paula Nunes Vasques¹
 

Resumo: O objetivo deste artigo é abordar as políticas públicas no âmbito da docência. Avaliando quais as medidas que podem ser modificadas para melhorar a qualidade da educação no Brasil, mostrando os pontos negativos, assim resultando em acréscimo e em melhores alunos, tanto intelectualmente, quando pessoalmente, assim transformando o país em desenvolvimento.
                                                                                                      
 Palavras-chaves: Políticas públicas; Educação; Alunos.

1.      Introdução
Este artigo, além de discutir um aspecto do filme de Mr. Holland’s: o “Adorável Professor” que analisa a trajetória de vida de um músico que vira docente, apesar de suas dificuldades, tanto pessoal quanto familiares e assim aborda as políticas públicas no âmbito da docência e as mudanças que precisam ser feitas para desenvolver este país e melhorar a educação.
O filme aborda além da trajetória do professor, o lado pessoal da vida dele. A partir do momento que, ele resolve dar conselhos a uma aluna, que a mesma deveria seguir seu sonho e correr atrás, enquanto era nova, do que esperar chegar à idade avançada e verificar que não fez nada por si. Mas a aluna compreendeu errada a intenção do professor, que era de lhe estimular a acreditar em si e lutar pelos seus sonhos. Ela achou que o professor estava interessado nela e que queria se aventurar nessa nova trajetória com ela. 
Pelo final busca demonstrar quais os pontos negativos no Brasil no âmbito da educação e demonstra o efeito que o educador pode causar na vida de um aluno tanto positivamente, quanto negativamente.

2. Desenvolvimento
Bom partindo do aspecto do filme onde a aluna tenta envolver-se com o professor. A partir deste momento, a mesma tenta seduzi-lo, mas o professor demonstrou ser exatamente ético em sua profissão e no seu casamento e não se deixou levar por uma aventura. Expôs que um bom profissional tem que ser ético, tanto em sua vida profissional, quanto na vida pessoal. Mesmo proporcionando conselhos, que não sejam os esperados pela sociedade e pela docência, mas que serviram para fazer com que a aluna de um passo a mais em sua trajetória, o que poderia resultar em uma melhor maneira de viver e realizar seu sonho, do que desistir e ficar com a ideia “de poder um dia ter dado certo”.
Não importa o tipo de disciplina que o educador leciona e sim a qualidade de como é feita, pois pode transformar a vida de um aluno e fazer com quem seja melhor do que possa vir a ser ou até mesmo pior, dependendo do tipo de estímulo do profissional da educação. Mas o professor tem o papel fundamental na vida de seus alunos.
As pessoas estão tomando consciência do problema em questão, que é a educação, e percebendo que é um grande empecilho que precisa ser solucionado, para modificar a situação de declínio e grande desqualificação no sentido do ensino e aprendizagem em nosso país. Somente investindo em educação é possível que modifiquemos esta situação deplorável a qual nos encontramos. Num país, esse que boa parte de seus habitantes ainda não tem conhecimento na escrita da língua portuguesa.
“O presente de uma nação pode se medir pelo IDH ou PIB, mas o futuro se avalia pelo empenho das escolas e pela confiança dos professores”.
O desenvolvimento de nosso país não deve ser visto apenas pelo índice de desenvolvimento ou pelo produto interno bruto e sim pela qualidade da educação dos habitantes deste Brasil. Que deve proporcionar a todos uma educação de qualidade que resultará em uma vida mais digna. Pois temos direito a viver de forma respeitosa e não como analfabetos funcionais.
Verificando o tipo de educação que temos em pleno século XXI, é uma vergonha para o país, onde o mesmo este, esta se preparando para receber a copa mundial e investindo em estádios e qualificando restaurantes para mostrar aos turistas o “maravilhoso” Brasil, enquanto na realidade ainda existem pessoas que mal conseguem ler um jornal com uma linguagem coloquial.  
Com todos esses fatos sobre a educação no Brasil, podemos notar que não importam quais foram os motivos que lhe levam o individuo a chegar a uma profissão e sim o que ele fez e faz por ela, sua dedicação. Porque a partir do momento que se propõem a ser educador, realmente deve o fazer educar para ter um país melhor.  O outro fato que realmente importa é o amor que se dedica ao que fazemos, não importa o que for, sendo feito com amor será de grande utilidade para os brasileiros, quanto para outras pessoas. Não basta apenas ser professor tem que ser educador, apaixonado pelo faz, não pelo que ganha com isso.
3. Considerações finais
O filme é interessante, pois conta toda a história de um professor de maneira inteligente e admirável, mas não podemos esquecer que na vida real nem sempre é assim que funciona, pois sabemos as dificuldades que um professor de escola pública enfrenta, tanto em matéria de material escolar, quanto a parte mais importante que são os alunos.
Está cada vez mais difícil ser educador, alunos com armas de fogo na sala de aula, atirando em professores. Não sabemos onde vamos parar em um país tão violento. Mas percebe-se que um educador pode modificar a vida de seu aluno, não todos, mas boa parte, se realmente ele tiver vontade e agir conforme sua profissão.
Os alunos independentes de classe social têm condições de aprenderem, pois não é a classe social que os fazem analfabetos funcionais e sim a educação do Brasil que é deplorável. E preciso urgentemente ser reformulada com políticas públicas que visam uma educação de qualidade e profissionais capacitados para tais funções, assim eliminando das escolas públicas os “ditos professores” que não possuem formação, mas que ainda dão aula nas escolas públicas, pois tem concursos. Exemplo disso até mesmo aqui na cidade de Jaguarão tem escolas com aulas dando aulas sem formação específica. 
Outro fator que tem que mudar é o salário de um professor, que tem que se bem remunerado, pois é ele quem pode modificar nosso país e não o salário de um vereador que não faz “absolutamente nada” em comparação ao educador, e não é obrigado a possuir ensino superior para se candidatar ao cargo.
Chegando a conclusão que o papel do educador não é apenas transmitir conhecimento e sim poder desenvolver seres questionadores e pensantes, que lutem por seus objetivos e direitos e podemos ainda modificar a História deste país, com novos professores formados e não com professores contratados sem ensino superior.
4. Referências
Herek, Stephen. “Adorável professor”: Mr. Holland’s. [Filme]. Produção: Buena. Vista Picture Opus. (EUA) 1995.140 min.
 Menezes, Luis Carlos; “Professor (a), sim, com muita honra”. Nova escola, n. 248, dez. de 2011.      

 Garcia, Alezandre. “Docência, uma profissão estagnada”. Nova escola, n. 247, Nov. de 2011. Título original: “Uma profissão estagnada”


5. Anexos:

Professor(a), sim, com muita honra

O presente de uma nação pode se medir pelo IDH ou PIB, mas o futuro se avalia pelo empenho das escolas e pela confiança dos professores

Luis Carlos de Menezes (novaescola@atleitor.com.br)
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Luis Carlos de Menezes. Foto: Marina Piedade
Luis Carlos de Menezes é físico e educador da Universidade de São Paulo (USP)
Ao fim de mais um ano, acompanho o balanço de realizações, dívidas e dúvidas nos conselhos de escola e de classe em que tenho o privilégio de ser recebido. Faço isso há anos e me chama a atenção, ultimamente, mais que novos resultados ou velhos problemas, um crescente sentido de responsabilidade coletiva. Preocupam-me as difíceis condições de trabalho, mas o sentimento que me domina é de orgulho, em ser parte de algo que é determinante para a construção de nosso país. Resolvi falar do que me anima, nesta edição, para fazer um lembrete: temos uma função social importante a desempenhar, tanto os experientes quanto os que estão começando na carreira - para esses, NOVA ESCOLA lançou o Guia do Professor Iniciante (nas bancas por 10,90 reais). 

A despeito de tudo o que ainda falta alcançar, asseguro que estamos no rumo certo quando vejo estudantes tratados como gente, e não como números, e seus problemas de aprendizagem vistos como questões da escola, e não da sociedade ou da família. Posso testemunhar isso, por exemplo, em instituições com mais de mil alunos, em que a coordenadora pedagógica procura a razão de um rapaz antes assíduo e participativo passar a faltar ou para algumas garotas estarem tão mal em duas disciplinas se estão bem nas demais. E, quando observo um experiente professor de Matemática reservar parte das aulas para suprir defasagens de seus alunos ou uma jovem da área de humanas se dispor a um diálogo de aproximação com estudantes que parecem estar na escola a contragosto, percebo que são de fato educadores. Afinal, não repetem o julgamento de que "esses alunos não têm condição de estar aqui...". 

Este foi um ano difícil, com boas escolas sendo palco de tragédias. Mas elas não estão em guerra civil. São espaços de resistência e construção social. Ocorre que para elas confluem todas as questões de seu entorno social e, quando forem notícia policial, recusemos "soluções" como detectores de metais e câmeras por toda parte. Também, quando se discutem salário e condições de trabalho, não aceitemos insinuações que não se pode esperar nada de professores que atuam sob risco e ganham pouco. Meias verdades, tão convincentes quanto maléficas, que nos desmerecem. Más condições devem ser apontadas para serem superadas, e não para desvalorizar a carreira. 

Precisamos compreender a crise da Educação em função do seu crescimento, pois se, em poucas décadas trouxemos o povo brasileiro para dentro da escola, agora é preciso saber o que fazer com ele. É disso que resultam muitas questões por resolver. Por isso, novos recursos materiais serão insuficientes sem o envolvimento dos milhões de brasileiras e brasileiros que se dedicam ao Magistério. São eles que acolhem crianças e jovens de todo o país, em suas esperanças e em seus problemas, que, na realidade, são as esperanças e os problemas de toda a nação. Escola não é mera agência de promoção econômica, mas, quando se discute qualificação dos nossos trabalhadores para desenvolver a economia e superar o desemprego estrutural, é de Educação que se está falando. Da mesma forma, não é mera trincheira socioambiental. Quando se analisam questões dessa área, como a degradação urbana, também é de Educação que se está falando. 

Por isso tudo, nós somos fundamentais para que o Brasil tenha um futuro que valha a pena. Recebemos em nossas aulas todas as potencialidades e limitações de nossa sociedade e, precisamos admitir, elas demandam nossa potencialidade e igualmente revelam nossas limitações. Devemos pedir apoio e exigir condições para cumprir o que de nós se espera, mas não nos desculpemos pelo que somos e, se questionados, podemos dizer: sou professor(a), sim, com muita honra!
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Publicado em NOVA ESCOLA Edição 248, DEZEMBRO 2011.
                                                                                

2.

Docência, uma profissão estagnada

Sem planos de carreira estruturados, não há perspectivas de crescimento profissional e a atividade docente se torna pouco atrativa

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Sem planos de carreira estruturados, não há perspectivas de crescimento profissional e a atividade docente se torna pouco atrativa. Ilustração: Jean Galvão
Dar aos profissionais da Educação perspectivas de médio e longo prazos, tornar a docência atrativa para os mais jovens e valorizar a profissão, equiparando-a a outras que exigem o mesmo grau de especialização. Esses são alguns dos objetivos por trás da criação dos planos de carreira do Magistério, ou pelo menos deveriam ser. Infelizmente, o Brasil vem empurrando essa reivindicação com a barriga há anos. Em 1996, quando começaram as discussões para a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE) que vigorou de 2000 a 2010, o assunto já estava em alta e foi incorporado às metas. Quinze anos se passaram, pouco caminhamos - ainda há muitas redes sem plano de carreira ou com propostas frágeis - e a questão voltou à pauta do novo PNE, que está em votação no Congresso (veja uma comparação entre a meta atual e a de 2000 no quadro abaixo). 

Enquanto isso, educadores de todo o país reclamam de não ter perspectivas claras de crescimento profissional e a questão contribui para que a docência se torne cada vez menos valorizada. Um plano de carreira bem formulado pode trazer bons profissionais para as salas de aula, mesmo que o salário inicial não seja tão alto. Isso porque a maioria das pessoas, especialmente os mais jovens, é atraída pela perspectiva de progredir. Ao mesmo tempo, a existência de degraus sólidos que se pode alcançar ajuda a manter o docente motivado na rede pública. Para que essas duas ações se concretizem, é necessário que a profissão conte com regras claras de promoção, um programa estruturado de aperfeiçoamento profissional e uma boa política de remuneração. São importantes também ações que deem segurança ao trabalhador em termos de proteção à saúde e direitos previdenciários.
Promessa que se repete
Dez anos depois, medida que não foi implementada volta à pauta 

PNE 2000-2010 
Garantir a implantação, já a partir do primeiro ano deste plano, dos planos de carreira para o Magistério, elaborados e aprovados de acordo com as determinações da Lei nº 9.424/96.

PNE 2011-2020 (proposta) 
META 18 Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do Magistério em todos os sistemas de ensino.
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·                                 1Docência, uma profissão estagnada
·                                 2Faltam regras claras, formação consistente e política salarial
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Publicado em NOVA ESCOLA Edição 247, NOVEMBRO 2011. Título original: Uma profissão estagnada

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